Alumni USP – A ponte com a sociedade

Saiba como alguns dirigentes conseguiram atrair centenas de ex-alunos e com isso obtiveram dados importantes de gestão

 

Criada para reunir os antigos alunos de graduação e de pós-graduação – mestrado e doutorado – num projeto inovador, permite além da interação entre eles, gerar estatísticas, acolher e melhorar o relacionamento da USP com esse público, a Plataforma Alumni USP reúne mais de 80 mil cadastrados, quase metade ex-alunos de pós-graduação, e caminha para alcançar 100 mil participantes, 30,9% dos titulados na USP.

Esse número expressivo de graduados e pós-graduados na plataforma traz inúmeras possibilidades,  tanto para os cadastrados, que contam com um universo maior de colegas para interação, como para  as coordenações de cursos, diretorias e administração central da Universidade, que passam a ter uma nova ferramenta para a gestão, com importantes dados para análise.

Para a professora Marina Gallotini, coordenadora da Plataforma Alumni USP esse aumento no número de cadastrados, especialmente nos dois últimos anos, só foi possível graças a parceria com as Unidades de Ensino e Órgãos da Universidade, que realizam ações específicas para divulgar e estimular os formandos a aderirem à plataforma.

Como exemplo, a professora cita a Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP), a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), todas figuram entre as unidades com mais alunos cadastrados.

Ex-alunos trazem as demandas da sociedade

“A interação com os titulados na instituição é essencial para a avaliação e aperfeiçoamento do ensino oferecido pela Unidade, seja pela percepção e/ou pela colocação profissional deles”, conta a professora Maisa de Souza Ribeiro, vice-diretora da FDRP, que atualmente tem 62% dos titulados cadastrados. A dirigente afirma que eles auxiliam na identificação das demandas do mercado de trabalho e da sociedade. Além disso, “entendemos que podem proporcionar grande estímulo para os estudantes em curso.”

A vice-diretora comenta que “ter 100% dos formados na FDRP cadastrados na plataforma é uma meta, dada sua importância”. Para alcançar esse e outros objetivos a FDRP começou em 2019 a realizar encontros com ex-alunos, de graduação e pós-graduação, quando foram divulgadas informações sobre a importância deste cadastro. Em 2020, em função da pandemia, o encontro foi on-line, e ficou restrito aos relatos de experiências.  Os dois eventos contaram com a presença da coordenadora da Plataforma Alumni USP, Marina Gallottini. A terceira edição acontecerá este ano, e já está sendo organizada.

Sobre o alto índice de ex-alunos cadastrados, a vice-diretora atribui à receptividade que eles encontram no mercado de trabalho, conforme relatos nos encontros. “Eles valorizam o curso, a Unidade, a USP, o conjunto de docentes, bem como, a receptividade que têm no mercado de trabalho.”

Para Maisa, a Plataforma Alumni USP é de grande importância, “deve ser valorizada e ampliada, por isso a meta na FDRP é aumentar ao máximo o cadastro dos ex-alunos, pois os benefícios são mútuos”.

Instruções no pós-defesa 

A diretora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), Mônica Yassuda, comemora os cerca de 42% de egressos cadastrados e diz que, atualmente analisa, junto com presidentes de comissões estatutárias, a possibilidade de usar os dados da plataforma em ações de gestão.

Para alcançar esse resultado, a dirigente conta que a comissão de pós-graduação tem como instruções no pós-defesa o cadastramento na Plataforma Alumni USP, e um dos programas exige do aluno a comprovação de inscrição na plataforma para dar continuidade à emissão de documentos do programa. Já para os alunos de graduação o estímulo vem no dia da colação de grau, quando os alunos são informados sobre as possibilidades e vantagens do cadastro.

Mas a professora Mônica acredita que a plataforma pode ser ainda mais interessante e sugere que “ela traga dados mais detalhados sobre os ex-alunos, por curso, como, por exemplo, suas posições atuais, e até uma ligação com o Linkedin”.

A história é feita por pessoas 

Crédito da foto: rawpixel.com

“Para entendermos a situação e ações a serem tomadas é necessário manter o registro da história que é feita por pessoas, motivar nossos egressos para dizer onde estão e o que estão fazendo é alimentar nossa existência, por isso mantemos um serviço para motivar os egressos a se manterem vinculados com a instituição, não só participando de eventos promovidos por ela, como se cadastrando na plataforma”, conta o entusiasmado professor Vanderlei Salvador Bagnato, diretor do Instituto de Física de São Carlos, que tem atualmente 36,2% de ex-alunos cadastrados.

Para Bagnato, saber o que está ocorrendo com os egressos permite que a Unidade conduza suas ações de formação dos alunos e, ainda, que dê apoio a eles para a  inserção no mercado de trabalho. “As informações trazidas pelos egressos nos permitem enxergar o que a sociedade precisa dos alunos que formamos, é uma forma de nos atualizarmos dia a dia para que cada vez mais isso possa ser feito com sucesso.”

O diretor dá como exemplo o direcionamento da formação, que anos atrás era feita para alimentar o mercado de trabalho essencialmente acadêmico, com pessoas capazes de ensinar e realizar pesquisas científicas de modo geral. “Atualmente um grande número de egressos ocupam posições em empresas, institutos de desenvolvimento e até instituições financeiras e de comércio, portanto, além da formação acadêmica é necessário transmitir a esses alunos um pouco das possibilidades e características que um profissional precisar ter para atuar em outras áreas além da acadêmica, e essas informações surgiram da interação com os formados”, explica Bagnato.

Assim, diz o professor, a Plataforma Alumni USP se mostra cada vez mais importante, porque registramos nela a história das pessoas que passaram por aqui e fizeram nossa própria história. “Informam onde e como estão atuando, por isso motivar maior adesão e atingir uma maior adesão é a meta. E os próprios egressos precisam enxergar o valor das informações que têm para nos transmitir.”

 

Reportagem feita por Rose Talamone