CAPES planeja mudanças no sistema de avaliação da pós

Necessidade de obter informações sobre os ex-alunos dos programas de pós aumenta importância de plataformas como o Alumni USP

 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é uma fundação vinculada ao Ministério da Educação do governo federal que, entre outras atribuições, realiza a Avaliação Quadrienal dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todo o país. Cursos melhor avaliados tendem a dispor de mais bolsas para seus estudantes/ pesquisadores, já os com avaliação insuficiente são descredenciados. E é esse sistema que passa agora por discussões em relação a mudanças a serem efetuadas para ao próximo ciclo, que tem início em 2021.

Com inspiração no sistema europeu, o U-Multirank, a intenção é que a avaliação seja multidimensional, ao analisar cinco dimensões dos programas de pós: ensino e aprendizagem, produção de conhecimento, impacto e relevância para a sociedade, internacionalização/ inserção e inovação e transferência de conhecimento.

Entre agosto e outubro deste ano de 2019 ocorreu o chamado Seminário de Meio-Termo, que é uma avaliação intermediária que fornece um diagnóstico e discute perspectivas para a próxima Avaliação Quadrienal. Por lá se reuniram os coordenadores de programas de pós do país das 49 áreas do conhecimento, onde puderam discutir sobre as novas fichas de avaliação (que estão sendo aprimoradas por grupos de trabalho organizados pela CAPES desde 2018), a serem implementadas já com o molde multidimensional.

Pretende-se, segundo a CAPES, avaliar os pontos de destaque de cada programa a partir de critérios que os próprios considerem relevantes, mas dentro das cinco dimensões propostas.

Este ano também foram apresentadas mudanças no Qualis Periódicos, ferramenta que classifica a produção científica dos programas de pós em relação aos artigos publicados em periódicos científicos. As mudanças visam critérios de avaliação mais equilibrados entre as diferentes áreas do conhecimento, também almejando a questão da internacionalização.

É nessa nova forma de avaliação proposta que entra o papel das plataformas de ex-alunos das universidades, como o Alumni USP. Uma maneira dos coordenadores dos programas terem acesso a informações de seus egressos é pela plataforma, assim como é de igual importância que a universidade mantenha contato com seus ex-alunos e que eles forneçam suas informações profissionais ou em relação ao sua experiência enquanto estudantes. Atualmente por volta de metade dos usuários cadastrados no Alumni USP (26 mil dos quase 54 mil) são de ex-alunos de pós (sendo que parte deles fez, além da pós, a graduação também na Universidade de São Paulo).

Algumas das informações que passarão a ser necessárias a partir da experiência dos egressos são no sentido de compartilharem dados e opiniões em relação à qualidade do curso de pós na sua formação profissional, inserção no mercado de trabalho em geral, inserção de egressos no sistema educacional, inserção internacional do egresso, produção intelectual, premiações acadêmicas, trabalhos técnico-científico premiados etc.

A plataforma Alumni USP se estabelece, portanto, como importante ferramenta de comunicação entre a Universidade de São Paulo e seus egressos.

Maiores detalhes podem ser observados no ofício emitido pela CAPES em julho deste ano. Clique no link a seguir para ler: [Download não encontrado.].