Conheça o Amigos da Poli

Fundo Patrimonial recolhe doações financeiras de ex-alunos da Escola Politécnica da USP para investir em projetos

 

Considerado o primeiro e maior fundo patrimonial ligado a uma Universidade no Brasil, o “Amigos da Poli” se apresenta como um endowment – termo em inglês que designa um caixa de doações, feitas por pessoas físicas ou jurídicas, à Universidade na qual se formaram – que fomenta a inovação e a educação de ponta na Escola Politécnica da USP. São doações de ex-alunos individualmente ou empresas.

Os recursos são aplicados no desenvolvimento de projetos de engenharia por estudantes e também em infraestrutura, como laboratórios.

Nas palavras do Presidente do Conselho, André Clark, “O ciclo de vida de uma organização não está atrelado ao tempo de existência de sua pessoa jurídica, mas sim a sua capacidade de crescimento e renovação diante das mudanças ao seu entorno. É seguindo esse pensamento que o Amigos da Poli tem pautado seu desenvolvimento para manter seu posto de maior fundo patrimonial brasileiro ligado a uma universidade. Apesar da curta existência comparado a outros centenários endowments internacionais, o Amigos da Poli tem alcançado feitos surpreendentes.” André fala ainda sobre dois aspectos que ele considera importantes com a cultura do endowment. Um é a conexão entre a universidade e o mercado de trabalho, e que a universidade tem esse papel importante em atender as demandas da sociedade. Isso orienta a escolha dos projetos apoiados por Editais. O outro aspecto é o exemplo passado para as outras instituições de ensino do Brasil, pelo seu pioneirismo. A cultura das doações é nova no cenário das universidades brasileiras, diferentemente do que ocorre com universidades do exterior. Também por isso, há uma preocupação por parte deles de divulgar suas ações, quais projetos apoiam e especialmente no que diz respeito à prestação de contas.

Para o Diretor-Presidente, Lucas Sancassani, o fundo está crescendo de maneira rápida. Na sua gestão, as doações, segundo ele, triplicaram no período de seu mandato. Os doadores associados também aumentou, e até o final do ano passado já havia sido registrados mais de 3 mil doadores diferentes. Foram diversos projetos de pesquisa impactados diretamente, por volta de 250 alunos. Entre as atividades do fundo, destaca-se campanha para captação de recursos para o Laboratório de Ciência de Dados da Poli (chamado “C2D”). Inaugurado em 2018, foi uma parceria entre a Poli e o Itaú-Unibanco, com apoio do endowment. Ele fica no prédio da Engenharia Elétrica e foi construído com todo equipamento necessário para pesquisa com big data e machine learning.

Sobre a utilização da verba, o fundo atua onde as verbas orçamentárias da USP não podem atuar. Veja a seguir alguns exemplos de grupos auxiliados em 2018 pelo Amigos da Poli.

Houve um apoio de R$6.459 ao Grupo Turing, que estuda Inteligência Artificial.

Grupo Turing num dia de evento “Ciência nas Ruas” em que foram conversar sobre a pesquisa desenvolvida na universidade com as pessoas na Av. Paulista. Foto: Divulgação/ Grupo Turing

A Equipe Polimilhagem foi apoiada com R$18.049 para investir no projeto de combustão interna para competições da Shell e Petrobrás, voltados ao campo da Energia Sustentável.

Foto: Divulgação/ Polimilhagem

O grupo Skyrats foi apoiado com R$8.032 para aquisição de uma área de testes para seus drones, o que tornou melhor a infraestrutura da Escola Politécnica que não contava com uma área para tal.

Visão da Escola Politécnica a partir de um drone do grupo Skyrats. Foto: Divulgação/ Skyrats

Incentivo no valor de R$47.000 para o ensino em projetos como o InovaLab@Poli, Design Factory e Fábrica do Futuro 4.0, voltados para a pesquisa e demonstração de tecnologias de manufatura avançada.

Foto: Divulgação/ Inovalab@Poli

Mais um dos vários exemplos foi o investimento para consolidação do Grupo de Extensão Universitária voltada para a Realidade Virtual. Projeto que recebeu R$37.900. Um disciplina de graduação chamada Realidade Virtual também pôde ser consolidada graças ao fundo.

A seleção dos projetos a serem financiados se dá por meio de inscrição em edital e submetidos a uma avaliação, e podem se inscrever, além de alunos de graduação e pós da Escola, professores e funcionários.

 

A estrutura do Amigos da Poli é composta por assembleia geral com os associados, conselho fiscal (3 integrantes, sendo 1 docente da Poli), conselho deliberativo (8 integrantes, sendo 2 docentes da Poli), comitê de investimentos e diretoria executiva. Além de voluntários, em geral composta apenas por alunos e ex-alunos da Escola Politécnica.

No mês de julho (2019), o fundo atingiu o valor de R$27 milhões arrecadados.

Foto: Divulgação/ Amigos da Poli

 

Além de financiar projetos que ampliam o leque de atuações do estudante, a intenção é que as áreas abordadas sejam, também, fora das disciplinas da engenharia normalmente ensinadas, mas que tendem a ser importantes para os futuros engenheiros como, segundo eles apontam, comunicação, negociação, liderança etc. O Centro de Carreira ligado ao Amigos da Poli que, com parceria com empresas do setor privado, puderam contratar os estudantes e também divulgar suas marcas dentro da Escola Politécnica.

 

Confira o vídeo Eu Voltei Pela Poli, elaborado pelo grupo, para celebrar os resultados ao final de 2018, ao clicar aqui.

 

Com informações do Relatório Anual 2018 do Fundo Patrimonial Amigos da Poli e do site.