Nova plataforma para compartilhamento de livros

Iniciativa voltada para público universitário possibilita doação ou venda de livros


Fotos de divulgação

Plataforma criada para compartilhamento de livros que estejam sem utilização pode gerar renda extra para universitários que desejam vendê-los, ou ser um facilitador para conseguir comprar livros com um maior desconto, ou mesmo conseguir o livro por meio de doação. É o que promete o co-fundador e diretor da Comuny, Pedro Ivo. A ideia surgiu justamente a partir da análise de que a evasão por falta de renda para arcar com os custos de materiais e livros é uma realidade entre boa parte dos estudantes universitários com menor renda, especialmente os de universidade privada. Então a intenção, além dos livros de literatura, é que sejam trocados livros acadêmicos de conteúdo das disciplinas, que não são mais utilizados por quem já se formou. No caso de venda, os usuários fazem a negociação de maneira direta, sem intermédio de um sebo, e isso promete trazer preços mais acessíveis ou até mesmo a doação dos livros se o dono assim preferir. Dentro da plataforma, há a possibilidade de criar ou buscar livros em determinadas prateleiras e na que foi criada para universitários da USP (incluindo, claro, ex-alunos) é possível fazer a entrega dos livros pessoalmente, no campus da Cidade Universitária ou onde combinarem. Também é possível fazer a venda/ doação pelos correios. No caso de venda, é cobrada uma comissão de 15% do valor ao vendedor. O cadastro no site é gratuito.

Pedro é mineiro, formado na Universidade Federal de Minas Gerais, mas abriu recentemente o escritório da Comuny em São Paulo e está focado na divulgação primeiramente para os alunos e ex-alunos da USP. Em entrevista, ele nos contou um pouco da história da ideia de uma rede de compartilhamento de livros entre universitários.

“Nascemos a partir da intenção de compartilhar livros e acreditamos ser interessante colocar em prática o projeto inicialmente com as universidades públicas, até porque as particulares que entramos em contato demonstraram alguns entraves burocráticos e vai demorar mais um pouco. Ou seja, abrimos a prateleira para a USP e é possível que os próprios alunos e ex-alunos compartilhem seus livros sem a intermediação da universidade.”

Como surgiu a ideia do projeto?

“Há cinco anos, quando me formei em Administração na UFMG, meu projeto de TCC foi a criação de uma plataforma digital para compartilhar missões sociais, juntar um grupo de voluntários e realiza-las, por exemplo, visitas em asilos, creches de população carente. Quando aquela plataforma ganhou visibilidade, fomos chamados para organizar a ideia de compartilhamento de livros em pontos de ônibus. O projeto que começou em Belo Horizonte, foi crescendo para outras cidades e estados. Foi assim que a prefeitura de BH nos convidou para que nos inscrevêssemos para participar da Lei de Incentivo à Cultura e fomos aprovados. Quando vim para São Paulo, tive alguns trabalhos em empresas privadas, mas sempre mantive a ideia do aplicativo em mente, inclusive realizando algumas reuniões com interessados, até que consegui investimentos para criar, enfim, a Comuny – que vem das palavras comunidade e Universidade. Desde a ideia do compartilhamento de livros em pontos de ônibus, até hoje, ou seja, 5 anos, já foram compartilhados mais de 200 mil livros gratuitamente. Agora também será possível que o usuário venda o seu livro, além de doações. O valor estimado é de até 90% de desconto, valor que chegamos a partir do cálculo de porcentagem foi feita no Estante Virtual. A média é de 50% em relação ao valor de lançamento nas livrarias.”

E a questão da prateleira, é necessário ser aluno ou ex-aluno da USP para acessá-la ou qualquer um pode?

“Para a prateleira da USP optamos em deixá-la aberta. Para a prateleira do Alumni USP, que planejamos criar, faremos um esquema de validação onde só poderá entrar quem tiver o cadastro no Alumni USP.”

 

A grande diferença para ele em comparação a sebos físicos ou online, é ser um compartilhamento direto de pessoa para pessoa. E ser focado no nicho universitário permite que a entrega dos livros seja mais rápida.

Para mais informações, acesse o site da Comuny.